terça-feira, 2 de outubro de 2012

Inspiração

Tentou durante algumas semanas escrever a poesia que ela lhe pedira. Sentou-se á sua mesa, caneta na mão, papel em branco, mas não conseguiu. Ela, sempre cobrando, dizia: - Você não me ama mais! Antigamente escrevia para mim. Ele continuava a tentar, mas era em vão. Um dia, andando pelas ruas, começou a pensar no porquê de amá-la. Lembrou de quando se conheceram. Aquele sorriso de menina o atraía. As conversas por celular que varavam a madrugada, nas quais ela ria como criança e fingia chorar quando ele dizia que ia desligar. Lembrou do primeiro beijo, da primeira vez, da primeira viagem, da primeira briga e de como eles discordavam de tudo, quase sempre. Percebeu então que a amava por todas essas coisas e por todas as diferenças. Porque, justamente essas diferenças, os faziam iguais. E assim, conseguiu escrever.

Nenhum comentário:

Postar um comentário