segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Por que você me ama?

Por que você me ama? – perguntou ela. Ele ficou em silêncio e não respondeu. Deixou-a em casa e foi embora pensando. O que difere uma pessoa da outra? O que faz alguém tão especial a ponto de só nos interessarmos por ela? Os beijos, os carinhos ou a forma de olhar seriam diferentes? Não sabia explicar. Das inúmeras perguntas que ela lhe fazia todos os dias, essa foi mais uma sem resposta. Não porque não queria responder, mas porque não podia. Não sabia como explicar um sentimento. Não tinha condições de responder sem pensar algo muito simples: por que a amava? Essa pergunta ficou martelando em sua mente o resto do dia. Começou a relembrar quando se conheceram. Eram longas conversas no telefone falando sobre o que gostavam e o que não gostavam. Sobre as decepções e alegrias da vida. Sobre o pouco que tinham em comum e o muito em que divergiam. Lembrou da sua risada ao telefone e do choro forçado quando ele dizia que queria desligar. Lembrou que ela sempre derrubava a faca quando saiam para jantar e de como ele ficava tenso ao entrar com ela na seção de taças de cristal em lojas de produtos para o lar. Lembrou que ela via corações em gotas da chuva nos vidros do carro e lembrou do quanto ela gostava de alisar seus pelos do braço enquanto ele dirigia e que ela sempre se atrasava, deixando-o furioso com aquilo. No fim, percebeu que a amava por tudo isso. Por causa dos detalhes que os faziam diferentes e nessas diferenças eles se faziam iguais.

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