terça-feira, 20 de março de 2012

21 anos

A primeira vez que a viu foi num café. Magrinha, cabelos negros e jeito de menina. Sentou-se um pouco afastado e observou-a por alguns instantes. Ele era pelo menos uns quinze anos mais velho. Ela devia ter uns 20 ou 21 anos, mas parecia ter bem menos. Fazia frio. Ela usava um sobretudo de couro por cima de um vestido vermelho e uma meia arrastão preta. Botas de cano alto, uma boina na cabeça e luvas grossas para o frio. Bebia um capuccino e de vez em quando olhava o relógio como se estivesse esperando alguém. No dia seguinte ele retornou e a viu novamente. Dessa vez sentou mais perto. Seguiu a mesma rotina por alguns dias, até que ela propositadamente se esbarrou nele, derrubando o seu café. Pediu desculpas e perguntou o que ele fazia todos os dias sozinho naquele lugar. Surpreso com a pergunta, ele respondeu que a observava. Ela já havia percebido. Convidou-o para dar uma volta. Gostava de caminhar no frio. Enquanto andavam, ele falava sem parar sobre seu trabalho e sobre as coisas que gostava de fazer. Ela ouviu atentamente e sempre sorrindo. Passaram por uma praça e enquanto ela sentou em um balanço, encostou-se a uma balaustrada e acendeu um cigarro. Sentou-se num banco enquanto ela vinha correndo em sua direção. – Posso sentar no seu colo? – perguntou. Sem esperar a resposta, sentou. Ele, sem jeito, não sabia o que fazer. Perguntou se ela queria ir até a sua casa e ela aceitou. Chegando lá, ela tirou a jaqueta e deixou no sofá. Pediu para ir ao banheiro e ele indicou o caminho. Foi até a cozinha e preparou uma bebida que tomou de uma só vez. Quando voltou para a sala, viu que a porta do seu quarto estava aberta e dirigiu-se até a entrada. Ela estava olhando suas coisas. Olhou para ele e deu um sorrisinho. Chamou-o para perto e o fez sentar-se na cama. Levantou-se, ligou o som e pôs-se a dançar. Nervoso, mas ao mesmo tempo excitado, não conseguia sair do lugar. Ela o convidou para dançar e tudo que ele conseguiu fazer foi ficar parado à sua frente. Ela então o empurrou contra o guarda-roupas e começou a beijá-lo no pescoço. Ele tentou levantar seu vestido, mas ela impediu com um tapa no rosto. – Quem manda aqui sou eu! – ela disse. Colocou a mão por dentro das suas calças enquanto mordia seu pescoço. Acariciava-o levemente por dentro das calças. Ele não se mexia, tamanho era o seu nervosismo. Alternava entre movimentos leves e frenéticos. Quando percebeu que ele iria gozar, tirou a mão, deu-lhe um beijo no rosto e foi embora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário