quinta-feira, 31 de maio de 2012

Medalha de prata

Foi para a faculdade naquele dia se sentindo diferente. Colocou um vestido novo, se maquiou, calçou um salto alto que acentuava suas pernas e saiu de casa. No caminho, atendeu o celular. Era ele, dizendo que iria buscá-la no final da aula. Ficou feliz, apesar de não ter entendido o motivo. Ele tinha uma voz séria ao telefone. Ao descer do ônibus, recebeu um elogio. Percebeu que alguns homens paravam para lhe olhar. Sentiu-se bem. Sentia-se linda. Assistiu à aula que mais gostava e viu que o professor olhava para suas pernas. Não procurou esconder, mas também não deu sinal de que havia notado. Próximo do final da aula recebeu um torpedo: - Cheguei – era a única palavra escrita. Ele nunca se atrasava. Esperou a aula terminar e foi ao seu encontro. Perguntou se poderia dar carona a um colega, mas ele negou. Disse que precisava conversar a sós. Entrou no carro preocupada. Ele estava muito sério. Não havia nem comentado o quanto ela estava bonita. No meio do caminho, ele cortou o silêncio: - Precisava falar com você hoje. Sem falta. Por isso não dei carona a seu colega. É coisa muito séria. Ela ficou tensa. Ele continuou: - Vim conversar com você hoje, porque é o dia que você tanto esperou. Hoje é o dia. – Que dia? - Perguntava ela. – O dia! – Respondeu ele, sorrindo pela primeira vez naquela noite. Ela ficou em silêncio por um tempo, procurando entender sobre o que ele falava. Quando gritou: - Mentira!!! – colocando a mão na boca. – É hoje? – Dizia incrédula. – É hoje a medalha de prata? Para o carro agora! Eu preciso te abraçar. E ele parou.

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